Giro o cd que está entre os dedos meus, como se não quisesse ver-me e o ponho a admirar outro lugar que não seja minha cara.
Tento pensar num próximo filme a baixar de um daqueles "escritores" que enchem meu ser de poesia em seus filminhos, ou, penso mais ainda, e não sei porquê, numa música do grande poeta Belchior, aquela música que fala da divina comédia humana que é a vida.
E o cd entre meus dedos, girando lentamente a procurar-me, até onde eu mesmo não espero. E quando ele dá vida ao dedo que me pertence, que faz parte do mesmo objeto chamado: "meu corpo", um corpo intacto, imóvel, fascinado e a espera de algo que não seja apenas o seu reflexo, como naquele momento.
Estou cansada de reflexões acerca do que não entendo(acerca de mim).
Iúna Gabriella Paiva
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