domingo, 30 de agosto de 2009

Questões sobre o céu que tenho preguiça de olhar

Ouvindo o "na na na na na" dos Beatles em Hey Jude, tive vontade de sair de casa e abrir a porta que dá à rua. Pensei só em olhar a lua(isso se fosse mesmo noite de luar), porque ultimamente não tenho olhado o céu, talvez medo de olhar-lo e deitar-me no chão em pleno público só para admirá-lo.

E olhando o céu me pergunto: se aquele lugar seria a morada de um Deus - criador dessa terra e dono desse céu -, um Deus dos homens, que os criou à sua imagem e semelhança?

Acho que não. Acho que o céu, só é habitado por nuvens. Se pessoas vão para o céu, também acho que não.

Se não regressamos ao pó, vamos para uma natureza em algum lugar, mas não para o céu de nuvens.

E se as nuvens que vemos e damos cores e formas, são efeitos da lotação de pessoas no céu?



Iúna Gabriella Paiva

domingo, 23 de agosto de 2009

Já disse! Estamos sem destino...


Existe uma música pra todos os momentos da nossa vida, essa é a música que está se encaixando feito quebra-cabeças nesse momento da minha vida.


GUARANTEED de Eddie Vedder

De joelhos não é maneira de ser livre
Levantando um copo vazio, pergunto silenciosamente
Todos meus destinos aceitarão aquele que realmente sou
Para que eu possa respirar...
Círculos que crescem e engolem pessoas completamente
Metade de suas vidas, dizem boa noite para esposas que
nunca conhecerão
Uma mente cheia de perguntas, e um professor em minha
alma
E por aí vai...
Não se aproxime ou terei que ir
Tal como a gravidade, são esses lugares que me puxam
Se alguma vez houve alguém para me manter em casa
Seria você...
Todos que encontro, em gaiolas que compraram
Eles pensam sobre mim e minha vida errante, mas eu sou
o que eles nunca pensaram
Eu tenho a minha indignação, mas sou puro em todos os meus pensamentos.
Eu estou vivo...
Vento em meus cabelos, me sinto parte de todos os lugares
Sob meu ser, está uma estrada que desapareceu
Tarde da noite eu ouço as árvores, elas estão cantando com os mortos no céu..
Deixe comigo que eu encontro um jeito de ser
Considere-me um satélite, sempre orbitando
Eu conhecia todas as regras, mas as regras não me conheciam
Com certeza...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Para querermos nós

Queiramos todos nós, que os homens ejaculem de suas cabeças, idéias que engravidem o mundo de coisas boas.

Queiramos todos nós, não poder sentir o cheiro de podridão da carne humana, assando no sol ao esperar um ônibus.

Queiramos todos nós, não ter que ver o cancêr nascendo no trabalhador de porta em porta.

Queiramos todos nós, ver a piedade do Deus de nossas mães.


Queira eu
Queiras tu
Queira ele/ela
Queiramos nós
Queirais vós
Queiram eles/elas


Homens, escutei a nossa prece.



Iúna Gabriella Paiva

Como um refrão de bolero

No exato momento em que me olho, através de um fundo brilhante de um cd qualquer, vejo nele cores fortes deformando meu rosto, penso em mim como se não fosse meu aquele rosto, aquela expressão triste e sonolenta.

Giro o cd que está entre os dedos meus, como se não quisesse ver-me e o ponho a admirar outro lugar que não seja minha cara.

Tento pensar num próximo filme a baixar de um daqueles "escritores" que enchem meu ser de poesia em seus filminhos, ou, penso mais ainda, e não sei porquê, numa música do grande poeta Belchior, aquela música que fala da divina comédia humana que é a vida.

E o cd entre meus dedos, girando lentamente a procurar-me, até onde eu mesmo não espero. E quando ele dá vida ao dedo que me pertence, que faz parte do mesmo objeto chamado: "meu corpo", um corpo intacto, imóvel, fascinado e a espera de algo que não seja apenas o seu reflexo, como naquele momento.

Estou cansada de reflexões acerca do que não entendo(acerca de mim).


Iúna Gabriella Paiva